Rubinho de Souza

Círculo dos Operários

logo do fundo do baú raffard

Creio que para muitos, essa foto do Círculo dos Operários, talvez não signifique nada, mas para os sessentões, que como eu, também viveram dias maravilhosos, dignos de relembrar, pois foram os melhores de nossa vida, com certeza hão de se recordar com saudades dos muitos eventos realizados nesse prédio, palco de muita história e estórias…

Segundo nos informa Tosca Scrocca, nesse prédio, é que foi instalada a primeira Administração Municipal, tendo como colaboradores Frederico Samblas e Pedro Fontolan, ocorrida logo após a Emancipação de Rafard, encabeçada pelo “Marechal da Vitória” Genaro Vigorito, primeiro Prefeito de Rafard. Provavelmente, aí também foi realizada a primeira sessão da Câmara de vereadores, tendo como Presidente Luiz Ortolani.

No mesmo salão, onde eram realizadas as sessões da Câmara Municipal, também eram ministrados cursos, realizadas as formaturas, com entregas dos diplomas aos formandos, bailes, peças teatrais.

Muitas jovens dessa época, aí fizeram Curso de Corte e Costura ministrado pela Professora Dona Vally Eni Bósio, que com sua didática e seu dom de ensinar, transformou a vida de muitas pessoas que após a Conclusão do Curso, passaram a ganhar a vida costurando tanto para a família, como prestando serviços de confecção e costurando para outras pessoas.

Entre muitos outros cursos, houve um período, que também no Círculo se ensinava a música e aulas de canto, e ainda tínhamos a biblioteca para consulta dos alunos, serviços de Correio que passou a funcionar nesse local, após a demolição do prédio dos Pellegrini & Ortolani, para ampliação da Rua José de Moraes Barros.
Nesse local funcionou o escritório de contabilidade do Sr. Armando De Biasi, e anos depois, o de Rubinho Pellegrini.

No Círculo, tínhamos dentista, farmácia, e o protético Misael, que depois de passados muitos anos, ainda continua melhorando o sorriso de muitos moradores da nossa e de outras cidades…

As lembranças mais traumáticas, ficam por conta da Farmácia por onde passaram muitos profissionais, que foram cada um em sua época, o “terror” da criançada. Quando a mãe subia aquelas escadas, com uma receita de injeção na mão, era choro e ranger de dentes. Os mais lembrados nesse quesito, são os Srs. Mário e Toninho Gimenes, e os dentistas Sr. “Doda” e Dr Vitor. Naquele tempo, as seringas, mais pareciam uma “arma” e a agulha de injeção era da grossura de um bico de bomba de encher bola de capotão, segundo descreve Julinho Forti, e ainda todo esse aparato vinha dentro de uma “caixinha metálica” segundo descreve Neusa Faélis, que era uma coisa de meter medo em qualquer criança…

E passando para amenidades, essa escadaria, era naquele tempo, até mesmo local de encontro de namorados, segundo nos conta Benedito Datti, lembrando que foi nessas escadas que iniciou o namoro com sua esposa Patrícia Tavares, enquanto Elisangela Boaventura, recorda-se que seu casamento com Gustavo, foi realizado no salão nobre do prédio.

Para finalizar, passados mais de 50 anos, e nosso amigo Ronaldo Talassi, ainda se emociona ao recordar, que nessas escadarias da foto, ele fez naquela época, uma alusão ao pavilhão nacional, provavelmente em comemoração ao Dia da Bandeira Nacional, com a rua Nossa Senhora de Lourdes totalmente tomada de tanta gente, que naquele tempo, compareciam aos eventos nacionais e participavam ativamente das festas promovidas pela prefeitura em conjunto com a usina de açúcar, na época em que os moradores, empresários e administradores de nossa cidade, amavam de coração sua terra, que não por acaso, foi cognominada – Cidade Coração.

Como puderam perceber, trata-se realmente de uma simples foto, mas, para aqueles que não deixaram morrer em seu íntimo as boas coisas vividas, foi capaz de fazer-nos viajar de volta ao passado…
Recordar é preciso, pois das boas recordações, também se alimenta a alma humana.
Grato por nos prestigiar com sua leitura. Se Deus deixar, semana que vem tem mais.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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