Rubinho de Souza

Exame de Admissão para o Ginasial

Até meados dos “anos 60” havia uma espécie de “vestibular” para quem terminava o Curso Primário e desejava entrar no Ginásio, era o temido “Exame de Admissão” que se fazia depois do Curso Preparatório, cujo objetivo era selecionar os alunos mais capacitados para o “Curso Secundário”.

Esses exames foram instituídos por meio da Reforma Francisco Campos, em 1931 e vigoraram até 1971, onde o aluno, após os quatro anos do curso primário (atual 1º ciclo do Ensino Fundamental), deveria fazer um exame de admissão composto pelas matérias de Português, Aritmética, Geografia e História, e provar sua aptidão.

O Exame de Admissão era composto pela prova de Linguagem (escrita), contando com ditado com nível de dificuldade elevado e exercícios de gramática geral e redação, seguida da prova de Aritmética, cuja nota somada à de Linguagem deveria dar a média de no mínimo 5.

Depois vinham as outras provas, incluindo Conhecimentos Gerais (História, Geografia, Educação Moral e Cívica, levando em consideração a escrita), e cujas notas eram somadas às notas iniciais e dariam uma média que capacitaria o candidato a prosseguir aos exames de seleção se a média fosse igual ou superior a Cinco (sobre dez).

Como não haviam vagas suficientes para todos que terminavam o “Grupo Escolar” e queriam cursar o ginasial, era preciso se submeter e passar no “Exame de Admissão” para garantir uma vaga no Ginásio.

Nessa época, por volta do ano de 1969, minha família residia no bairro Padovani, e quase todos meus amigos do Grellet após o término do “quarto ano” estavam dispostos a tentar uma vaga para o Ginasial, e me lembro que falei com minha mãe de minha vontade em ir, e ela me mandou que eu pedisse a autorização do meu pai.

Lembro-me, que a pergunta do meu pai foi: – Você tem condições de estudar à noite e trabalhar durante o dia para me ajudar? Minha resposta foi que sim…Aí meu pai disse que eu podia sim “continuar meus estudos”.

Minha alegria foi tanta que não via a hora que começassem as aulas. Contava nos dedos os dias de seu início e finalmente fui chamado para iniciar meu “Curso de Admissão” que era puxadíssimo! Lembro-me de alguns professores: Nivaldo Soares, Fidalma e Marilda Pellegrine, José e Dirceu Quagliatto, se a memória não me trai.

O objetivo deste artigo é resgatar parte da história desse período da vida escolar de muitos, que como eu, enfrentou a obrigatoriedade de realização dos exames para a admissão ao ginásio, numa época de poucos recursos, em que não tínhamos a mesma facilidade de informação como se tem hoje, e ainda assim, eu e meus amigos fomos à luta e passamos no exame, mas a dificuldade não consistia somente em ingressar nesse nível de ensino, mas permanecer nele até o final. E todos nós que me lembre chegamos ao final.

Quanto aos livros próprios para o Curso de Admissão geralmente são compostos pelas matérias de ensino obrigatórias, com exercícios, textos para o “Ditado” e continham várias estratégias de apoio aos professores, conforme a foto acima para “matar” as saudades de um tempo de nossas vidas, que não me cansarei de classificar como os “Anos Dourados” tal era a magia que reinava entre as famílias, alunos e professores, que acima de qualquer título ou posição na sociedade, o que norteavam as nossas relações, eram o respeito e consideração mútuos, regados com uma amizade sincera.

Grato por me aturar até aqui. Grande e fraterno abraço.logo do fundo do baú raffard

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