Arnaldo Divo Rodrigues de CamargoColunistas

Vício de álcool e outras drogas

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA

E perguntou-lhe: Qual o teu nome? Ao que ele respondeu: Legião é o meu nome, porque somos muitos. (Marcos, 5:9)

O Evangelho de Jesus relata a experiência de um homem que era obsidiado – por um exército, ou uma legião (em Roma, a legião correspondia a 6.000 soldados, ou legionários). Eram esses espíritos que perturbavam o homem, que foi recuperado à saúde física e mental pelo toque de amor de Jesus.

Ainda hoje as pessoas buscam os prazeres mais imediatos, ilusórios e passageiros, não percebendo que ao seu lado estão outros olhos e desejos.

É certo que as drogas dão prazer, caso contrário ninguém usaria pela segunda vez. Inicialmente, o usuário sofre efeitos colaterais, ruins e desagradáveis, mas não suficientes para evitar o desejo de retornar a experimentar.

O uso das substâncias psicoativas age diretamente sobre o “sistema de recompensa” do cérebro, aumentando a quantidade de dopamina. Com esse estímulo artificial, a dopamina circulando nos neurônios pode chegar a dez vezes mais do que em estado normal, muito maior do que o prazer natural usufruído no cotidiano.

Quem faz uso e abuso de álcool e drogas pode se tornar viciado nesse prazer, dependente dele. E, além da compulsão física, da obsessão da mente e do egocentrismo do indivíduo, temos as obsessões espirituais.

Junto dos que vivem a dependência de substâncias psicoativas estão os espíritos daqueles dependentes que deixaram o corpo, mas não a vontade de usar.

No livro No mundo maior, de André Luiz, psicografado pelo médium Chico Xavier, há um relato emocionante de um senhor, de nome Antídio, que sofria a influência de quatro “mortos” que eram alcoólatras.

E o médico André Luiz descreve: “Estaríamos diante de um homem embriagado ou de uma taça viva, cujo conteúdo sorviam gênios satânicos do vício? O infortunado Antídio trazia o estômago atestado de líquido e a cabeça turva de vapores.

Semidesligado do organismo denso pela atuação anestesiante do tóxico, passou a identificar-se mais intimamente com as entidades que o perseguiam”.

E comenta sobre o estado mental desses espíritos sofredores: “Os quatro infelizes desencarnados, a seu turno, tinham a mente invadida por visões terrificantes do sepulcro que haviam atravessado como dipsomaníacos. Sedentos, aflitos, traziam consigo imagens espectrais de víboras e morcegos dos lugares sombrios onde haviam estacionado”.

Além disso, temos visto cada vez mais o uso de álcool e outras drogas dando muito menos prazer do que problemas familiares e sociais.

 

ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA
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Jornal O Semanário

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