J.R. Guedes de Oliveira

A igreja matriz nos tempos do Padre Alécio

Imagem enviada pelo colaborador

O Padre Alécio Adani foi um baluarte das chamadas “missões”, na paróquia de São João Batista, em Capivari, nas décadas de 50 e 60. Sacerdote, desses gordões, cujo peso era compatível com o da sua bondade e iniciativas, principalmente junto à petizada.

Havia, nele, tanta energia, tanto entusiasmo e tanta dedicação…

Asa suas atividades na igreja matriz, como pároco, ainda são bem vivas e deixaram, várias gerações, com o gosto e sabor de uma verdadeira pregação do convívio social e religioso em Capivari.

Procissões extensas, fantásticas; sermões em púlpitos, com a grandiosidade do seu desprendimento, sabedoria e amor ao próximo. Só mesmo depois de muitos anos que apareceu um seu idêntico perfil: Padre Eusésbio van der Aadweg.

Tivemos o privilégio de tê-lo como nosso patrono, por volta de 1956, no então Grupo Escolar “Augusto Castanho”, ainda todo majestoso, na Rua XV de Novembro com a Rua Barão do Rio Branco, de onde lá saíram figuras sensacionais de todos os segmentos profissionais, da arte e das ciências.

Frequentador assíduo da Igreja Matriz, sem ser no entanto coroinha, conhecia, como pouco, todas as dependências dela, principalmente a área frontal, que, do lado direito de quem entra, as escadarias que davam acesso à sua torre. Não podem imaginar quantas vezes, ainda menino, subíamos até a torre onde, lá o sino estava a espera do Ananias, saudando festividades ou sinalizando uma próxima missa.

Mário, o sacristão, vivia a ralhar conosco (e com razão), pois que temia cair de lá de cima, num contorno da escada de madeira e a sacada onde se situava o sino. Sua reprimenda tinha sentido, pois que até notícias correram pela cidade, dizendo que lá de cima havia se despencado o sineiro Ananias que, milagrosamente, se recuperou. Mas a curiosidade imperava e, é claro, nos deixava enormemente contente em estar no alto, ver a cidade toda, apreciar o horizonte em todo contorno da cidade.

Nota-se, contudo, que nos tempos do Padre Alécio Adani houve uma grande renovação na matriz, em termos de participação da juventude. Estas chamadas “missões” tinham, na sua essência, o caráter da integração religiosa-familiar, cultivando princípios da sociedade estruturada e sedimentada em valores cristãos. Isto foi colocado muito nos tempos do Padre Nora, na década de 20, como também nos tempos do Padre Eusébio, década de 60. Foram renovações grandiosas e verdadeiramente ecumênicas.

Guardamos lembranças destes tempos memoráveis, que eram isentas das individualidades hoje existentes. Os tempos mudaram, assim como o comportamento das pessoas. As chamadas “missões” tinham um poder miraculoso da integração de todos, sem quaisquer preconceitos, na maior naturalidade, em brincadeiras, tarefas, músicas, danças e folguedos próprios das crianças.

ARTIGO escrito por J. R. Guedes de Oliveira, ensaísta, biógrafo e historiador. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?