J.R. Guedes de Oliveira

Antônio Carlos Guedes de Oliveira

Violonista e Concertista. Nasceu em Capivari, no dia 16 de novembro de 1937. Filho de José Guedes de Oliveira e Alice Meneghesso Guedes. Casado com Josefina Capelari Guedes de Oliveira, tendo dois filhos: Cláudia e Carlos Felipe. Jundiaiense de adoção, recebeu, o professor violonista, o Prêmio Estímulo de Cultura, da Prefeitura Municipal de Jundiaí, pela, não só edição desta obra, mas pelo que ele representa na arte musical.

Há seis décadas, precisamente, o mestre Carlos Guedes se dedica ao estudo musical, num sistemático e metódico exercício, não de contemplação à música ou ao instrumento que abraçou, mas no dia a dia, como forma de aperfeiçoar-se cada vez mais. Na mocidade, já em São Paulo, em fins da década de 50, como ferramenteiro da então montadora Willys Overland (hoje, “Ford”), buscou o conhecimento da interpretação musical e aprendizado do violão, pelas mãos do balizado professor uruguaio Isaías Sávio, compartilhando os fecundos ensinamentos com mais alunos: Henrique Pinto (com quem estudou posteriormente), Barbosa Lima, Ademar Petri, Antonio Carlos Sarno, Paulo Belinati, Paulo Porto Alegre, Eraldo Pinheiro dos Santos, Marco Pereira e mais uma centena mestres que estão por ai afora, pois O mestre Isaías Sávio, criou a cadeira do violão no Brasil.

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Foto enviada pelo colunista

Remonta, daquela época, o amor pela música, crivado desde aos 11 anos, através do seu pai que foi um dos componentes do “Conjunto da Saudade”, na pequena e opulenta Capivari, da Rádio XYW 5 – Rádio Independência. Conciliar o trabalho de metalúrgico com o da arte musical foi um enorme desafio, sabendo que o violão é um instrumento ingrato – no dizer de especialistas. Ele exige, de seu executor, um compromisso diário, numa firme concentração e mãos e dedos em estado de graça. Qualquer dificuldade de um corte, tão comum para os artistas e profissionais, como para todos em geral, sempre é motivo de preocupação de desempenho real.

No início da década de 60, em Campinas no Conservatório Carlos Gomes, vence o concurso de “Melhor Violonista do Estado de São Paulo”, ao interpretar, de Francisco Tárrega (1852-1909), o sonoro e profundamente tocante, “Recuerdos de la Alhambra”. De lá para cá, exerce, em Jundiaí, o mister do ensino de violão, criando uma plêiade de entusiastas, entre os quais Fábio Zanon e Luiz Mantovani Jr. – dos expoentes do violão, em termos que vão além das fronteiras brasileiras. Só do Zanon – sobejamente temos conhecimento – venceu, simultaneamente, dois concursos internacionais: da Espanha e dos Estados Unidos, honra e mérito de dedicação plena e orientação dos fundamentos do violão do mestre Carlos Guedes.

Para que pudesse, ainda mais, aperfeiçoar-se nesse instrumento, em execuções aprimoradas, fincou-se nos estudos dos grandes compositores e intérpretes no violão, entre os quais Gaspar Sanz, Fernando Sor, Augustín Barrios, Isaac Albéniz, Manoel de Falla, Henrique Granados, Joaquim Rodrigo, Andrés Segovia, Isaías Sávio, John Williams e Paco de Luccia. Estes todos, sem contar, como necessidade de crédito e de talento, os grandes nacionais: Paulinho Nogueira, Raphael Rabelo, Canhoto, Yamandu Costa, Anibal Sardinha, Américo Jacomino, Francisco Araújo, Fábio Zanon, Luiz Mantovani Jr, Duo Abreu (Sergio e Eduardo), Marcelo Kayat, Duo Assad (irmãos Sérgio e Odair), João Pernambucano Jodacil Damaceno, Paulo Belinati, os irmãos Gloeden, Henrique Pinto, Paulo Porto Alegre, A. Penese, Sergio Beluco, Edson Lopes, Ângela Muner, Milton Nunes, Toquinho, Pedro Cameron, Geraldo Ribeiro, Barbosa Lima, Turíbio Santos, Robson Miguel e tantos outros mais que ilustram a nossa “História do Violão”. Contudo, espelhou-se, sempre, na figura ímpar de Francisco Tárrega que, como ele próprio define, é completo em tudo, em termos de composição e execução clássica do violão.

A passagem de sua vida, aos 12 anos de idade, é bom rememorar, foi quando o maestro José Favoto, de Capivari, lhe mostrou uma foto de Tárrega, dizendo: “Este foi o maior professor e violonista que o mundo já teve”. Isto lhe marcou uma vida de busca missionária: ser obreiro do violão, por toda a vida.

(Fonte: O Organizador)logo do fundo do baú raffard

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