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Bons Tempos – Lembranças

24/02/2017

Bons Tempos – Lembranças

Colaborador: Junior Quibao, rafardense
Colaborador: Junior Quibao, rafardense

ARTIGO | Como uma foto nos faz viajar no tempo!
Há poucos instantes vi uma foto de uma ponte caída na fazenda Itapeva, onde passei boa parte de minha infância, parte dessa ponte ainda resiste em pé, e ao vê-la me transportei ao tempo que ela ainda estava firme e forte, ligando esta fazenda á Leopoldina, onde meu nono Quibao morava.
Relembrei quantas vezes passei por ela numa “viagem” de nossa casa, que era na venda, até a casa do nono Quibao. Quando somos criança as distâncias parecem maiores e cada passeio desse era mágico.
Voltando para a parte de baixo da ponte, me vi sentado pouco abaixo dela, perto da barrinha, jogando pedras no rio. Coisa que fazia quase todo domingo que meu nono Leandrim ia passar o dia em casa com minha nona Nega, que como boa nona, levava sempre um isopor repleto de sorvetes. Todos os dias o Taiô, um cachorro preto e peludo, misto de Cocker com alguma coisa, saia da venda, descia a estrada e ia nadar no rio, algumas vezes ele descia conosco, e ia tomar seu banho, até hoje me impressiono com a inteligência, e o instinto de guardião dele.
Por falar na Barrinha, me lembro de meu pai tarrafeando cascudos depois de uma boa temporada de chuvas, ainda sentindo sabor daqueles peixes frescos, sendo fritos no fogão de lenha da venda, que sempre estava aceso!
Voltando á venda, ela era de meu nono Loatti, e nona Angelina, epa, mas a conta não está batendo, mas vou explicar, eu tive três nonos e 3 nonas, que nunca se separaram, é que o nono Loatti não tinha filhos, e criou meu pai como tal.
Parece que ouço o ronco do motor do Aero Willis dele e sinto seu rodar macio por aquelas estradas de terra, que na época eram muito bem conservadas. Quantas lembranças desencadeadas, a saudade permeando as lembranças, as brincadeiras no porão da venda com os amigos de infância, brincadeiras que muitas vezes eram interrompidas por minha mãe trazendo bolachas maisena ou maria, com um saboroso Ki Suco, sem gelo, pois não tínhamos geladeira, mas nem por isso deixamos de sentir saudade do seu sabor.
Por falar em sabor, muitas vezes, durante a noite, assaltava a venda e pegava uma caçulinha, que furava a tampinha com um prego, e uma fatia de queijo duro, como era chamado o queijo minas, que realmente era duro, muito mais curado que os de hoje em dia.
Meus nonos e nonas já se foram, mas deixaram lembranças, aquela saudade que nos faz bem, e a certeza que um dia faremos parte da história também, então devemos relembrar o passado, aproveitar o presente e confiar no futuro, pois existe um Grande Arquiteto, que é Deus, mantendo o equilíbrio do Universo!

Foto: Letícia Ortolani
Foto: Letícia Ortolani

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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