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Capivari e sua verdadeira história XXX

24/11/2017

Capivari e sua verdadeira história XXX

Continuando sobre o ensino

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

A escada era guardada na igreja, após os repiques. O toque para a abertura das aulas era geralmente feito por um dos alunos, e havia igualmente na igreja, guardado num dos cantos, um corpo de defunto que não apodrecera, “mumificando-se”, e que fora encontrado numa das escavações feitas naquele local. A criançada da escola costumava assombrar os meninos menores com essa múmia, colocando-a muitas vezes ao pé da escada enquanto o pequeno destacado para os repiques subia até o sino para a chamada à lição. Era parecido o professor remover o “defunto” para o sineiro descer da árvore, e, como de praxe, a palmatória cantava nas mãos do insubordinado que havia preparado o incidente.

Durante o magistério do prof. Custódio alguns pais reclamaram da energia com que ele, na frase de Camilo, arrancava aos mais caturras algumas centelhas de instrução sob o fúsil da palmatória. O Presidente da Província, porém, havia promulgado uma lei, segundo a qual, os professores poderiam aplicar em seus alunos as palmatoadas de estilo, quando “as penas morais” fossem “ineficazes, ficando sem vigor qualquer disposição em contrário”.

Os castigos eram por vezes, realmente excessivos, não sendo raros os casos de alunos que voltavam para casa com as orelhas deslocadas e a sangueira a escore-lhes pelo pescoço.

Palmatória, grãos de milho, varas de marmelo, cordéis com pelotas de cera nas extremidades, – tais os principais instrumentos com que o Mestre impunha disciplina e enfiava na cabeça de seus discípulos as regras da gramática e os exercícios da tabuada.

A escola era um lugar tenebroso, que causava pânico às crianças. O Mestre, de longe, provocava em seus pupilos, tonturas e inibições. Vem daqueles antanho, a ameaça famosa, com a qual se dobrava o ânimo, aos mais renitentes guris: – Eu o ponho na escola de fulano, – Eu chamo o professor sicrano.

E note-se que mesmo o ensino particular, ministrado nas casas grandes dos engenhos e nas residências da Vila, pelos autodidatas contratados pelos homens de consideração e cabedais, não era menos severo que o da escola pública: a palmatória cantava com a mesma enérgica sonoridade, obrigando os estudantes à decoração das lições dadas pelos mestres, sob os olhares fiscalizadores dos pajens e mucamas.

Problemas da Vila em 1837

Já vimos que em 1837, Capivari ficou sem ensino primário; foi também um ano ingrato para os fiéis, pois a povoação ficou do mesmo modo sem pároco por muitos meses. O Pe. Melquior, que viera para auxiliar nas eleições primárias, dizendo haver findada a sua provisão, retirara-se para Itu. A Câmara requereu ao Bispo a nomeação de novo Vigário sendo designado o Pe. João Alves de Siqueira o qual tomou posse a 22 de agosto, tendo como fabriqueiro (era o cobrador dos rendimentos da igreja, responsável também pelos paramentos e alfaias do templo e percebia pelo seu trabalho, uma comissão sobre o total da arrecadação efetuada), o negociante Manoel Rodrigues Novais.

As contas dos fabriqueiros, até 1850, eram prestadas à Câmara e como o arquivo desta foi destruído, não ficou um único documento das atividades da fábrica nesse período. A Câmara não se deu bem com o novo pároco, tanto assim que, ao informar o Presidente sobre a conduta do mesmo, atestava que “ele cumpria sofrivelmente os seus deveres.” Um sacerdote que passara pela Vila, quer como professor primário, quer como pároco substituto, granjeando a simpatia geral, fora o sacerdote de Sorocaba, Pe. Fabiano José Moreira de Camargo.

Sentindo essa preferência e dela evidentemente participando, foi que o President5e da Câmara, José de Arruda Leite Penteado declarou em sessão de maio de 1838 que “havia contratado com o Padre Fabiano para vir paroquiar nesta Vila, reconhecendo ser ele da vontade geral do povo”, convindo representar-se ao Bispo nesse sentido. Oficiou-se a S.Excia., pedindo-lhe a nomeação daquele sacerdote para Vigário de Capivari.

Em agosto o Bispo respondeu que o mencionado Padre deveria dizer se aceitava a designação proposta pela Câmara, que ele Bispo estava pronto a promover. (Segue)

Cidadania

Aos problemas já citados e não solucionados pela Prefeitura, pessoas que, demonstrando ter com sua idiotice a cabeça bloqueada, oca, continuam lavando calçadas mesmo em dias de chuva. Ou é só pra chatear ou são boçais mesmo, embora com bom aspecto físico. É isso.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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