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Capivari e sua verdadeira história XXXI

01/12/2017

Capivari e sua verdadeira história XXXI

Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)
Denizart Fonseca é professor de Educação Física e militar (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Prosseguindo o artigo anterior. Verificou-se então que somente para o ano seguinte seria possível a vinda do Padre Fabiano, provido por todo resto de 38 na direção da paróquia de Água Choca, com a qual se compromissara anteriormente. A capela, construída apressadamente há mais de 15 anos, necessitava de reparos, pelo que o Vereador Bonilha, apresentou em sessão a seguinte indicação: “Achando-se a atual Matriz em mau estado por estar com uma parede muito pensa e mesmo mal colocada em péssimo lugar, se representasse à Assembleia Paroquial a ver se concedia a quantia de oito contos de réis para ajutório de uma nova Matriz no Pátio para isso determinado”. Aprovada a proposição, seguiu o ofício, porém o Governo, ou melhor, a Assembleia nada deu a Capivari. A força política só servia para ganhar eleições, perseguir funcionários ou prender adversários, nunca para obter do governo algum melhoramento de interesse coletivo.

Aliás, é interessante notar como os governos da monarquia, apesar da importância social e política que, com o decorrer do tempo adquiriu Capivari na província, jamais se lembraram de dotar a cidade de um melhoramento qualquer.

Tudo que aqui se fez, com ingente dedicação e amor à terra, foi obra do próprio povo capivariano, sem ajuda do poder, pois este se limitava a arredar-lhe os impostos e redistribui-los copiosamente por outras privilegiadas localidades do interior paulista, quando não as aplicava integralmente e centralizadoramente, nas despesas do Império.

Capivari nada recebeu que valesse a pena e ser citado como fruto da munificência governamental ou auxílio inteligente ao seu desenvolvimento cultural e econômico. Ela, pois, lutou sozinha, quase sempre com êxito, vencendo os inimigos internos, representado pelo quinta-colunismo, da politicagem campanuda e impatriótica, e os externos, simbolizados na indiferença, na má vontade, no antagonismo mesmo do poder público, aos seus anseios de prosperidade e engrandecimento.

Aliás, a República não fugiu a essa velha prática, perseverando no antigo sistema dos governos do Império, de tudo negar a Capivari, como teremos oportunidade de demonstrar em possíveis e futuros comentários, sobre a cidade que se tornou depois, “Terra de Poetas” e Paulista por Mercê de Deus”.

Como observaram, sendo cópia, devem ser preservadas as expressões e caligrafia de então, como fizemos desde as primeiras frases, e por constar da íntegra destas pesquisas que estamos encerrando, temos como título:

Notas

“Virgem Santíssima de Atocha (Basílica de). Conta a tradição que um apóstolo de Antiochia levou a Madrid uma imagem da Virgem, construindo, nos arrabaldes da parte baixa da cidade, uma pequena ermida em um campo semeado de espartos (atochales), que significa tocha em botânica – nome vulgar de esparto, planta medicinal da família das gramíneas e de cujas folhas também se fazem cestas, cordas, esteiras, etc.

A santa recebeu depois, em consequência do lugar em que se edificou a capela, o nome de Nuestra Señora de los Atochales ou Atocha e os milagres que a imagem começou a produzir, foram atraindo peregrinos e devotos que promoviam em sua honra, concorridas romarias, nas quais lhe ofertavam preciosas dádivas. Em 1162 a ermida foi agregada à Igreja de Santa Leocádia de Toledo, e por ordem de D. Carlos I, em 1523, fundou-se junto a ela um convento, que foi ocupado pelos irmãos da Ordem dos Predicantes, mediante autorização do Papa Adriano VI.

A Igreja foi concluída em princípios do século XVIII, desfrutando dos privilégios de patronato real, concedidos por Felipe II. Abolida a clausura o convento se transformou em quartel de inválidos, recebendo os restos mortais de Palafox (José de Palafox Y Melzi – Duque de Saragoça, fidalgo aragonês que se imortalizou pela sua heroica defesa de Saragoça contra o exército francês em 1809. (1780-1844). Francisco Xavier Castãnhos – Duque de Baylem, general espanhol, nascido em Biscáia, falecido em Madrid (1756-1852), cercou em Baylem o general francês Dupont, obrigando-o a assinar uma capitulação desastrosa em 1808, e outros grandes vultos da história peninsular. Nele se guardavam as Bandeiras dos Exércitos castelhanos que combateram os turcos, bem como os pavilhões das lutas da independência da África e da América.

Por ameaçar ruir e para substituí-la por um edifício digno de sua importância, foi em 1901, demolida a velha basílica, e iniciada nova construção, segundo projeto de autoria do arquiteto Fernando Arbos.

Cumprindo o prometido, e na esperança de havermos, resumidamente colaborado para que a população capivariana e vizinha conhecesse um pouco de sua verdadeira história, agradecemos aos nossos leitores pelo apoio recebido. – 26 de Novembro de 2017. (92).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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