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Dicas – Como prevenir ação criminosa de um doente mental?

Gillys Esquitini Scrocca - Delegado de Polícia, advogado, professor, radialista e colunista capivariano

Árdua é a tarefa da polícia em determinados casos de identificar se um criminoso é ou não um doente mental.
A mente humana pode ser dividida em três categorias: normal, doente mental e fronteiriça. Nesta última, se enquadram os psicopatas, que são capazes de cometer atrocidades sem sentir nenhum remorso. Uma pessoa que parece ser doente mental, na maioria das vezes, realmente é.
Este perfil possui uma maneira diferenciada de agir , normalmente seus crimes são resultados de seus delírios. Diferentemente do que ocorre com o senso comum, os doentes mentais podem premeditar seus delitos e a diferença é que eles trabalham com uma lógica existente apenas em seu cognitivo.
Por exemplo, temos o delírio que é uma concepção anormal da realidade. Como no caso do delírio do esquizofrênico que é persecutório, ou sentimento de perseguição. Para o esquizofrênico aquela perseguição é como se fosse uma realidade, aquele é o seu mundo.
Na categoria mais intrigante temos os psicopatas cuja zona fronteiriça é habitada pelos assim chamados. Na maioria dos casos são pessoas aparentemente normais, cujos atos praticados são absolutamente anormais. De acordo com ele, a pessoa que possui esse tipo de mente é caracterizada por frieza, ausência de remorso, personalidade extremamente egoísta e distúrbios de conduta, que podem ser identificados desde a infância.
Os antecedentes hereditários, como casos de suicídio e uso de drogas na família, histórico da vida escolar podem ajudar a traçar um perfil psicológico e definir se um criminoso pode ser considerado normal, doente mental ou psicopata.
Estamos ainda vendo, ouvindo e lendo sobre o “Caso Yoki”, em que a grande mídia está exaustivamente veiculando nos lares do Brasil. No qual E.A.K.M. matou o marido com um tiro e depois de 10 horas o esquartejou. Do ponto de vista psiquiátrico, um esquartejamento dificilmente poderá ser feito por uma pessoa que tem a mente normal, pois, é sempre um ato de extrema frieza. Não existe esquartejador que não tenha frieza. A frieza é obrigatória, porque é quase impossível qualquer pessoa diante de um corpo esquartejado aguentar a situação.
Não obstante o excelente trabalho da Polícia Civil em elucidar cabalmente o crime em tempo celere, aliás, trabalhei com o colega delegado que comandou as investigações em 1993, na Rua Aurora, Centro (Terceiro Distrito da Capital), um excelente profissional.
Sendo quase impossível tirar qualquer conclusão em relação à condição mental de uma pessoa levando-se em conta somente a característica de frieza. Elize disse aos policiais civis que, após balear o marido com a arma que ganhou dele, arrastou o corpo para o banheiro de um dos quartos da casa, esperou algumas horas e começou a cortá-lo com uma faca.
Após atirar no marido, Elize que é bacharel em direito e tem formação técnica em enfermagem disse que esperou cerca de dez horas o corpo esfriar para evitar um sangramento maior da vítima. Depois, colocou o corpo em sacos plásticos e os jogou em um terreno baldio em Cotia, na Grande São Paulo. Ela afirmou também que se desfez do corpo no mesmo dia disse que costumava passar pela região a caminho de um sítio em Ibiúna.
Na presença de seu advogado, Elize contou que demorou cerca de quatro horas para esquartejar o marido. Depois, limpou o banheiro para evitar rastros. Na minha vida profissional nas diversas delegacias que trabalhei, por muitas vezes me deparei com situações similiraes. Sempre também observei que após a massacrante exploração do caso pela mídia , infelizmente muitos outros casos recrudescem , até parece que foi disparado um dispositivo automático e ocorrências policiais semelhantes ocorrem em diversas regiões do país.
Em Capivari mesmo, nos últimos dias, coincidência ou não uma mulher acabou matando seu companheiro a golpes de “facão”, admitindo que o motivo foi passional.É certo que outros casos parecidos continuarão a ser noticiados, não havendo uma explicação lógica. E a imprensa? Noticia dessa forma? Eis a questão.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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