Carta do Leitor

Leitura é o melhor remédio

Esses dias estava fuçando em minha prateleira de livros, quando encontrei dois clássicos de minha infância: O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, e O menino do dedo verde, de Maurice Druon. Automaticamente me lembrei de, quando pequena, os ler não com as palavras, mas com as figuras. Minha mãe os narrava, certamente, mas quando se é criança, uma imagem vale mais que mil palavras.

E foi refletindo sobre isso que também me lembrei de uma fala que me marcou a memória há muito tempo. Alice, personagem de Lewis Carroll, em uma animação feita pela Disney em 1951, disse a sua tutora quando questionada sobre se concentrar na leitura: “como se pode prestar atenção em um livro que não tem gravuras?”. A fala imediatamente ficou armazenada em minha mente, pois percebi que quando somos crianças e ainda não temos a faculdade da leitura, não podemos ser considerados não-leitores.

De fato, nós lemos as imagens, as gravuras, as ilustrações dos livros e contos de fadas. Foram diversas as ocasiões as quais, ouvindo sobre o garotinho do dedo verde, eu podia não entender o que estava escrito, mas ao olhar a figura do menino com o dedinho em um vaso de plantas florescendo, era a mesma coisa que entender a magia da história.

Escutei sobre um pequeno príncipe que viajava entre os distintos planetas e galáxias, quando na verdade o via claramente nas ilustrações do garotinho louro voando pelas estrelas. Ah, e que viagens! Conforme fui desenvolvendo o hábito de ler, comecei também a valorizar as imagens, as representações do que se é escrito.
Nós, adultos, lemos muitas vezes livros, jornais, revistas, textos infinitos sem uma figura sequer. Mas nossa mente, uma eterna criança, nunca deixa de imaginar, criar, viver aquilo que se é lido.

Confesso. Quantas vezes não corri meus olhos por um texto e, não achando uma figura, desisti de lê-lo? Muitas. E é por isso que em minha “biblioteca particular” não faltam livros infantis. “A história de Pedro Coelho”, “Turma da Mônica”, “Como nasceram as estrelas”… Todos esses guardados com muito carinho, pois neles aprendi não só a dádiva da leitura, mas também o quão mágico é o mundo literário e até onde ele pode nos levar.

Dentre planetas desconhecidos, florestas encantadas, países que nunca fomos… Alguns mundos só possíveis em nossa mente fértil e ilimitada. Por isso, de uma coisa tenho certeza: livros, com gravuras ou não, grandes ou pequenos, novos ou velhos, podem ser nossos melhores amigos, só basta darmos asas a imaginação.

Por Sara Figueiredo
Estudante de Letras – Português/Inglês

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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