Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Será que deixaremos sementes?…

Deus pôs a dor entre os homens, / Andando de déu em déu,
Para indicar o caminho / Que leva às portas do Céu.
Colombina (Chico Xavier) – Ideias e ilustrações – FEB

Podemos nos cansar, podemos desistir, mas de uma coisa devemos ter certeza: Deus não desiste e não se cansa de nós. Ele, que não dorme, nem come, nem grita conosco, sabe que estamos gravitando em torno do Seu amor.

Não devemos nos impressionar ou nos amargurar com o mundo, com nosso país e com nossa cidade, nem com nossa família – são transitórios e nós somos imortais. Ninguém pode nos ferir ou tirar nossa felicidade sem nossa permissão.

Exercitemos e procuremos aprender que doação e fraternidade, paciência e boa vontade, alegria e cooperação são qualidades que jamais envelhecem. Cultivemo-las, manifestemo-las e permaneçamos jovens de mente e de coração, mesmo que o corpo às vezes não nos queira atender, por estar encerrando seu ciclo vital.

Em fevereiro, meu irmão caçula completou 62 anos, décimo primeiro filho de uma dona de casa analfabeta (espiritualmente é uma enfermeira que retornou para acolher almas necessitadas), dona Maria Dolores Garcia, e de um trabalhador braçal e semialfabetizado (espiritualmente um engenheiro que veio dar vida, disciplina e demonstrar como é possível fazer coisas espetaculares como autodidata), senhor José Rodrigues de Camargo.

Vejo hoje pessoas com nível universitário, bons empregos, renunciando receber um filho em seu colo como pais. Alegam que os tempos são difíceis, educar é complicado, o mundo é muito pervertido etc.

E vejo muitos que não têm filhos ou têm apenas um, e muitos com diversos cães, gatos, e para esses não têm tempo ruim, levam-nos a passear, no médico veterinário, no banho semanal e cuidam com muito amor.

Se nós aprendemos a ter preconceito, orgulho e vaidade, também podemos aprender a ter sensibilidade, amor, humildade, fé e honestidade.

Os animais também são filhos de Deus, e nossos irmãos menores, que estão conosco para aprender e nos ensinar. Eles estão desenvolvendo o pensamento contínuo, mas já têm sensibilidade para perceber quando estamos acolhendo-os ou desprezando-os ou maltratando-os.

Aqui não se pretende fazer uma condenação de quem faz essa escolha de ter animais e não filhos, é apenas uma provocação, para refletirmos sobre a parábola dos talentos: um recebeu cinco, outro dois, e outro um; e também do tesouro oculto.

Será que estamos desenvolvendo nossos talentos conforme a vontade de Deus? Será que já descobrimos o nosso tesouro? Lembrando o que disse Jesus: “Meu reino não é deste mundo” – enquanto estamos aqui temos que cumprir as leis, e uma delas nos diz que não devemos só desfrutar o prazer do sexo. Que, além da lei divina do amor, temos a lei material da reprodução.

A cada um segundo suas obras. Existe a lei de retorno: viemos do nada? Não, Deus escolheu duas pessoas para nos acolher. Será que deixaremos sementes para nos acolherem no futuro?

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