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Vieira: “Vamos trazer para a cidade tudo o que for possível”

Em entrevista exclusiva, prefeito fala sobre as conquistas do primeiro ano de governo

Prefeito de Porto Feliz Levi Rodrigues Vieira (Foto: Assessoria de Comunicação de Porto Feliz)

No ano passado, Porto Feliz completou 216 anos de emancipação político-administrativa e 320 de fundação. Com 42,86% dos votos, no mesmo ano o administrador Levi Rodrigues Vieira, 53, assumiu a Prefeitura Municipal. As dificuldades surgiram de imediato, segundo o prefeito, com as dívidas deixadas pela gestão anterior e que, juntas, somavam aproximadamente R$ 27 milhões.

Após todos os débitos negociados, Vieira afirma que “a equipe está empenhada em desenvolver um ótimo trabalho em todas as áreas”, mas que a população também precisa ajudar, utilizando a ouvidoria para apontar os problemas, sugerir melhorias e enviar o feedback sobre o atual quadro da prefeitura, ou seja, “dar” um retorno a respeito do que está sendo feito, a fim de validar e melhorar o desempenho da administração.

Em entrevista ao jornal O Semanário, o prefeito assinala os impactos sociais e inevitáveis que a cidade sofrerá com a construção do Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Ele lembra que além de ser uma prisão de regime semiaberto, o projeto implica na vinda dos familiares dos detentos a Porto Feliz, aumentando severamente a demanda por vagas de emprego, em creches e escolas, e principalmente, adicionando mais pessoas “às filas” do sistema público de saúde.

 

O Semanário Regional: Em 2013, o que foi cumprido do prometido no plano de governo? Caso tenha alguma conquista importante que não constava no plano, cite, por favor.

Levi Rodrigues Vieira: O principal ganho foi na área da saúde, carro-chefe do nosso plano de governo. Mas também recuperamos a frota de veículos, inclusive com a chegada de mais veículos. Reavemos mais de 500 quilômetros de estradas rurais dos 800 quilômetros que temos no município; conquistamos junto aos governos Federal e Estadual equipamentos, 200 novas habitações via Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) – posteriormente obtivemos mais 200), um veículo e equipamentos para o Conselho Tutelar.

Conquistamos três creches-escolas e academias ao ar livre e do idoso; fomos confirmados como uma das cidades que receberão seleções durante a Copa do Mundo (Honduras); reformamos pontes e conseguimos trazer para o município uma festa de rodeio, com a vinda de artistas famosos, como César Menotti e Fabiano, Luan Santana e Pedro Henrique e Fernando.

Na parte do desenvolvimento, participamos da Associação dos Municípios Integrados do Médio Tietê (AMIMT) e também da criação da região metropolitana de Sorocaba. Nosso governo acredita que ações integradas regionalmente vão possibilitar ainda mais o crescimento dos municípios. Igualmente, obtivemos a vinda de algumas empresas para Porto Feliz, além de darmos continuidade ao processo de fortalecimento das indústrias locais, inclusive com a possível criação de novas áreas industriais.

As ruas centrais foram recapeadas. Confirmamos a vinda de uma Escola Técnica Estadual (Etec), que oferecerá cursos a partir do segundo semestre deste ano, e conseguimos mais cursos para o Centro Municipal de Iniciação Profissional (Cemip/Senai), que ajudará na formação de mão de obra. Desenvolvemos um trabalho de recuperação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), dando mais dignidade aos cães e gatos que vivem ali, e por meio de intensas campanhas de doação e castração possibilitamos aos animais uma casa nova.

 

O Semanário: Quais foram as principais dificuldades no primeiro ano de administração?

Vieira: A principal dificuldade foi em relação ao orçamento, pois quando assumimos a prefeitura havia uma dívida de R$ 12 milhões. Além disso, a Santa Casa, sob intervenção municipal, também apresentava dívida, em torno de R$ 15 milhões. Então, negociamos todos os débitos, sendo que, hoje, parte já está paga e a outra foi parcelada.

 

O Semanário: O que a população pode esperar do seu governo em 2014?

Vieira: A equipe está empenhada em desenvolver um ótimo trabalho em todas as áreas. O trabalho pelo desenvolvimento da cidade será contínuo. Por exemplo, adquirimos equipamento para acelerar as operações de recuperação das ruas de Porto Feliz. Em diversos pontos, o tapa-buracos será substituído por recape.

Contamos com a colaboração da população para melhorar cada vez mais o município. Temos a ouvidoria, que recebe as reclamações, sugestões e elogios como termômetro para saber como andam os trabalhos. Assim é possível contemplar algum setor que está descoberto.

Este ano será possível realizar o carnaval de rua. As escolas e blocos receberão subvenção para preparar um belo carnaval no centro da cidade. O trabalho de buscar recursos para o município também prossegue nas áreas de saúde, habitação, educação e segurança. Vamos trazer para a cidade tudo o que for possível.

 

O Semanário: Na área da saúde, o que foi feito pelo governo no ano anterior e o que será feito em 2014?

Vieira: Em 2013, investimos cerca de R$ 18 milhões na Santa Casa de Porto Feliz, que está sob intervenção municipal. Foram contratados um pediatra para o plantão diurno e mais profissionais na área de enfermagem. Além disso, o hospital passou por reforma em todo o prédio. Hoje, contamos com quatro médicos no plantão diurno e três no noturno.

Voltamos a realizar cirurgias ginecológicas, urológicas, ortopédicas, planejamento familiar, plantão para cirurgia geral, maternidade, laboratório e raio X durante 24 horas. E temos o serviço de triagem para quando o paciente chega ao hospital. Isso aperfeiçoa o atendimento e diminui a espera em casos especiais. Reformamos os postos de saúde dos bairros Jardim Vante, Popular, Vila América e Caic, e a unidade da Vila Progresso será entregue nos próximos meses.

Para esse ano, estão previstas a construção de um posto no Bom Retiro e a reforma dos postos do Bambu e do Centro. Além disso, a unidade do Programa Saúde da Família (PSF) da Popular funciona em sistema de pronto atendimento, médico e odontológico, das 17 às 22h, de segunda a sexta-feira.

Contamos ainda com o programa “Melhor em Casa”, composto por um médico, uma enfermeira, três auxiliares de enfermagem e dois fisioterapeutas, que fazem visitas domiciliares aos pacientes acamados e que não podem se dirigir ao posto de saúde. São cerca de 400 atendimentos por mês. Prestamos serviço também à Cidade dos Velhinhos e a APAE. A Secretaria de Saúde desenvolve ainda, a cada 15 dias, os projetos “Saúde na Praça” e “Sábado da Saúde”, que têm como objetivo facilitar o acesso da população que não vai até os postos.

É oferecido atendimento odontológico, verificação da pressão arterial, teste de glicemia, consultas de exames para a população, avaliação nutricional, coleta de papanicolau e eletrocardiograma, testes rápidos de sífilis, HIV e hepatite. Também é feita orientação de dengue e distribuição de preservativos e exames de visão.

 

O Semanário: Quais os impactos causados pela construção do Centro de Progressão Penitenciária (CPP)? O que muda com a vinda do presídio?

Vieira: Além de a prisão ser em regime semiaberto, seus familiares vêm morar na cidade, o que causará aumento no déficit habitacional e nas vagas de emprego. Consequentemente, haverá a necessidade de mais vagas em creches e escolas, aumento de usuários do sistema de saúde. Então, o impacto é bastante grande.

 

O Semanário: O município receberá algum benefício com a instalação do CPP? Aumentou a segurança na cidade?

Vieira: Nós já reivindicamos junto ao Governo do Estado formas de compensação pela vinda do presídio como, por exemplo, o aumento do efetivo de policiais na cidade. Também pedimos o incentivo para a criação de uma área industrial ao lado do CPP, para que as indústrias absorvam parte da mão de obra. Há ainda um pedido para a implantação de cursos voltados para a qualificação dos presos.

Para os governos Estadual e Federal, solicitamos, ainda, mais habitações. Hoje, nosso déficit já é de cinco mil moradias. Além disso, o município desenvolverá novas políticas públicas de inserção e socialização dos detentos.

 

O Semanário: Qual é a capacidade do presídio?

Vieira: De acordo com o que nos disseram, serão 1200 presidiários.

 

O Semanário: Nas áreas de educação, habitação, transporte, meio ambiente, cultura e lazer, o que foi feito e o que ainda será realizado?

Vieira: Acrescentando o que foi respondido na primeira pergunta, na área de transportes, regularizamos a situação dos taxistas, além de renovarmos o serviço de transporte público com a Polaztur. Ao mesmo tempo, a prefeitura incentiva os estudantes que viajam para outras localidades para estudar.

Na área de meio ambiente, o município promoveu uma gincana ecológica nas escolas para a conscientização da reciclagem; foi desenvolvido o projeto para limpeza do córrego Pinheirinho e dado continuidade à preservação da mata ciliar do Ribeirão Avecuia, principal fonte de abastecimento da cidade. Temos ainda a Semana das Águas e a Semana de Meio Ambiente, quando desenvolvemos trabalhos de conscientização do uso adequado dos recursos naturais e a importância de sua preservação.

Na área de cultura e lazer, desenvolvemos oficinas culturais, feira de artesanato, saraus, apresentações musicais, “Semana das Monções” – quando é comemorado o aniversário da cidade – e o “Iluminatal”, que incentiva a decoração das casas na época de Natal.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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