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Polícia encerra investigação sobre a morte do prefeito de Elias Fausto, Laércio Betarelli

04/12/2015

Polícia encerra investigação sobre a morte do prefeito de Elias Fausto, Laércio Betarelli

Inquérito concluído na sexta-feira, 27, foi entregue à Justiça na última segunda-feira, 30; mandante e executor vão continuar presos
Dude foi morto a tiros no bairro Carimã, em Elias Fausto (Foto enviada por leitor)

ELIAS FAUSTO – A Polícia Civil de Piracicaba concluiu na sexta-feira, 27, o inquérito sobre a morte do prefeito de Elias Fausto, Laércio Betarelli (PSDB), mais conhecido como Dude, assassinado com seis tiros na cabeça no dia 2 de outubro, enquanto visitava uma obra de canalização de um córrego na Rua Amadeu Patelli, no bairro Carimã, em Elias Fausto. O documento foi entregue à Justiça na última segunda-feira, 30.

A Delegacia Seccional de Piracicaba informou que o crime teve motivação pessoal e econômica. Segundo o delegado titular da Seccional, Roberto José Daher, dez testemunhas foram ouvidas durante a elaboração do inquérito, não restando dúvidas sobre o crime ter sido encomendado pelo empresário do setor imobiliário Sérgio Vicente Picão, de 42 anos, e executado por Thiago Gomes Calado, de 24 anos.

A hipótese de haver um segundo mandante, levantada pela polícia há três semanas, foi descartada. Daher disse que vai pedir a prisão preventiva dos indiciados. Calado foi preso no último dia 18, dentro de casa, no bairro Morada do Sol, em Indaiatuba. O rapaz confessou ter recebido R$ 20 mil para matar Dude, mas disse que não conhecia a vítima e que só soube que Betarelli era prefeito por meio de notícias na mídia.

Picão, por sua vez, está detido desde 22 de outubro. De acordo com a Polícia Civil, ele mandou executar Dude porque queria lançar loteamentos clandestinos em Elias Fausto, mas Betarelli não deixava, o que causou desavenças entre os dois, inclusive em redes sociais. Apesar disso, em entrevista ao G1 por telefone na sexta-feira, a defesa do empresário informou que vai pedir a liberdade provisória de seu cliente.

Executor

O delegado responsável pela investigação, Fernando Dutra, contou que a polícia chegou até Calado através de depoimentos, diligências e análises de câmeras de segurança que mostram o jovem seguindo o prefeito em uma caminhonete Fiat Strada, a mesma que serviu para identificar o mandante do crime. O jovem relatou que Picão mostrou a ele o prédio da Prefeitura e o carro que Dude usava para visitar obras.

Ele disse, também, que foi procurado pelo empresário seis dias antes da morte de Betarelli, e que recebeu o dinheiro três dias depois da execução. Imagens de câmeras de segurança comprovam que Calado seguiu o prefeito de Elias Fausto a Cardeal e de volta até a obra onde ele foi morto. Ao chegar, o rapaz parou a caminhonete, desceu, perguntou o nome do chefe do Executivo e atirou seis vezes na altura da cabeça de Dude.

“Picão forneceu o carro para ele um dia antes do crime, junto à arma [revólver calibre 38]”, explica Dutra. “No dia dos fatos, ele foi de manhã para Elias Fausto e encontrou com Picão, que mostrou o veículo que o prefeito usava e a Prefeitura. A partir daí ele passou a acompanhar o prefeito. E também foi indicado a ele onde eram as obras que o prefeito costumava passar”, detalha o delegado.

Depois, de acordo com Dutra, o suspeito encontrou Picão novamente e, juntos, eles deixaram o carro e o revólver em uma chácara de Elias Fausto. “O Picão, com seu veículo, levou o autor [do crime] até Indaiatuba e deixou ele na casa dele.” Com o dinheiro do serviço, Calado comprou uma moto, mas recentemente trocou o veículo por um modelo Audi, que foi apreendido pelos policiais.

O jovem disse que é morador de Indaiatuba e que conhece Sérgio Vicente Picão desde criança, porque o homem teve um comércio no bairro Morada do Sol. Thiago Gomes Calado foi reconhecido por funcionários municipais que estavam na obra no dia do assassinato. Ele já tinha passagens na polícia por roubo e tentativa de homicídio. Já o advogado de Picão negou a participação de seu cliente no crime.

Uma semana antes de Calado ser preso, Osvaldo Flausino Junior afirmou ao G1 que pediria a liberdade provisória de Picão, uma vez que a Polícia Civil ainda não havia localizado o atirador e nem o valor que o empresário teria pago pela morte do prefeito. Ele ainda criticou a forma como as investigações foram conduzidas, alegando que a prisão de Picão era uma “armação” para dar “uma resposta rápida” à sociedade.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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