Leondenis Vendramim

500 anos da Reforma Protestante – 9

16/03/2018

500 anos da Reforma Protestante – 9

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | Preocupado com a invasão do império Otomano, Carlos V procurou a pacificação interna e convocou nova Dieta na cidade de Espira em 1526, não podendo comparecer ao conclave, enviou seu irmão, o rei Fernando I. Por consenso resolveu-se dar liberdade a cada Estado para governar, crer e viver, prestando contas a Deus e ao Imperador. Com a liberdade os protestantes se expandiram, João da Saxônia oficializou a Igreja Luterana e se tornou seu primeiro bispo. A Alemanha adotou o luteranismo quase totalmente. Três anos depois o Imperador do Sacro Império, Carlos V convocou nova assembleia em Espira, novamente representado pelo irmão e com a presença de Melanchton foi imposta a revogação das decisões da Dieta de Espira de 1526 e estabelecidas as da Dieta de Worms, encerrando assim as atividades luteranas no império. Como o rei Fernando recusasse ouvir os argumentos dos luteranos, Melanchton escreveu uma “Carta de Protesto” assinada pelos príncipes e governadores de 14 cidades do império e a publicaram (daí o termo protestante se oficializou). Enquanto isso (1529), na Inglaterra o rei Henrique 8º, em litígio com o Papa, formava a Igreja Anglicana. Lutero (da Alemanha) e Zwinglio (de Zurich), dois líderes da Reforma, reuniam-se e lapidavam as arestas de suas ideias fortalecendo assim o movimento pela Reforma. João Calvino (1509-1564), filho de pais católicos, foi dedicado ao sacerdócio. Estudou teologia, direito e Letras Clássicas. Escreveu um comentário à obra de Sêneca “De Clementia”. Por volta de 1533 fez amizade com os reformadores Etiene de La Forge e Nicolas Cop, professor de filosofia de Sorbonne. Tomou contato com a Bíblia, traduzida para o francês por Olivétan e teve de fugir de Paris, perseguido pelos católicos. Tornou-se pastor dos refugiados, escreveu “As Institutas da Religião Cristã”; Cathéchisme de l’Église de Genève” Comentários da cartas de Paulo e outros comentário bíblicos.. Tomou contato com Guilherme Farel e suas obras, com Luis Berquin e outros líderes da Reforma na França. Fundou a Academia de Genebra onde se reuniam grandes reformadores, tornando Genebra um dos principais centros do protestantismo europeu. Formou um conselho de presbíteros, tipo de governo eclesiástico – chamado também Calvinismo. De Genebra saíram publicações e ensinadores para disseminar as doutrinas reformadas. Tornou-se um refúgio para os acossados que eram recebidos e tratados com ternura (ver G.Conf, 236). Por esse centro passaram muitos huguenotes e protestantes de vários lugares, por ali passou João Knox, um dentre os grandes reformadores da Escócia.

Calvino e Lutero ensinavam: “Só pela Escritura”, “Só pela Fé” e “Só pela Graça” que se adquire a salvação.

O homem é pecador por natureza.

O batismo e a eucaristia são os dois únicos sacramentos.

O culto às imagens e a ideia de que o papa é infalível não têm fundamento.

Qualquer membro da Igreja pode casar.

As indulgências e as peregrinações não têm valor algum para perdoar e salvar o pecador.

A lei de Deus serve para revelar Sua santidade, conduzir o pecador a Cristo, e mostrar ao crente o caminho da santificação.

A Igreja não deve ter imagens – adoração de imagens é idolatria pecaminosa.

A predestinação, ou seja, salvação somente aos eleitos por Deus, é a principal diferença entre Lutero e Calvino. Há hoje algumas igrejas Evangélicas Luteranas: “Independente”; “Livre e Independente”; “Confissão Luterana” oriundas das doutrinas luteranas. Das doutrinas calvinistas surgiu a Igreja Presbiteriana, da qual surgiram: a “Conservadora”, “Renovada”, “Reformada”, “Independente”. Há outras originadas da Reforma como a Metodista, Congregacionalista, Batista. A Anglicana nasceu da luta entre o rei Henrique 8º e o Vaticano. As pentecostais de movimentos posteriores como os Quakers, a Adventista do Sétimo Dia de pregadores expulsos das várias igrejas (Batista e Metodista e outras) que pregavam sobre a volta de Jesus, sobre o sábado como dia de guarda, e sobre o Santuário.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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