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Bíblia sem preconceito – 26

Leondenis Vendramim
é professor de Filosofia, Ética e História

Escrevendo sobre os jesuítas, é-nos forçoso considerar os Templários e a Maçonaria. Significado, origem, simbolismo, objetivo, crenças etc. Sou um iniciado na Maçonaria Integridade de Capivari.

Como professor de História e Filosofia, aproveitando o meu livro “Do Imaginário à Santa Inquisição”, abordarei o tema com essa visão científica, com profundo respeito pela memória de alguns maçons, cujo caráter era digno de exaltação: Bechara M. Maluf, Armando Biazi, meu pai Emílio Vendramim.

Como em toda a sociedade há aqueles que não merecem honraria. Depois deste preâmbulo, numa tentativa de resumir em poucos artigos, vamos ao tema tão complexo, místico e prolixo.

Maçonaria é palavra originária da francesa “Maçonnerie”, significa construção e “maçon” (pedreiro, maçom) porque trabalhava com pedras.

Os maçons orgulhavam-se de seu trabalho, gravavam seu nome nas pedras que usavam nas grandes construções góticas (da palavra “godos”, tribo bárbara ariana – cria em Jesus como criatura e não coexistente com Deus – condenada e destruída em 325 a.D.).

Na França, organizaram-se corporativamente com o nome de “Pedreiros Livres”, espécie de sindicato, e em 1118 tornaram-se uma ordem religiosa da igreja Católica chamada Templários.

As ordens religiosas eram formadas por cavaleiros fanatizados com aura religiosa, embora pagãos, e muitos, assassinos e analfabetos cheios de crendices, como toda a sociedade do séc. 11.

Tinham como objetivo participar da “guerra santa” contra os hereges, árabes, judeus e índios “insubordinados”, alcançar o perdão papal, indulto para o céu, e o escape do inferno que tanto os atormentava, tomavam as terras “que manam leite e mel” e as riquezas dos orientais.

O Papa Urbano 2 estava muito motivado a destruir aqueles “infiéis” e viajou durante dois anos pela Europa, a fim de convencer reis, barões e o povo da importância de tomar a “Terra Santa”, dos infiéis para a Igreja.

Os arautos Pedro, o “eremita” e Bernardo de Clairvaux, “o propagandista demoníaco”, prometiam perdão até para os pecados futuros e cuidar dos seus bens enquanto estivessem na “guerra santa”.

A primeira cruzada (1906) contra os turcos teve 20.000 participantes; outras formadas por crianças, e ou pobres despreparados, foram dizimados pelas longas caminhadas, pelas intempéries e pelas guerras, mas quando venciam, decapitavam os sarracenos.

Faziam pilhas de cabeças humanas, torturavam por dias, e depois os queimavam. Mandavam sacos de narizes e polegares para intimidar seus “inimigos”, e aplacar a ira divina, como o clero ensinava.

As cruzadas duraram séculos; as viagens de Vasco da Gama e Cabral tinham o mesmo perfil e escopo. Nobres, cavaleiros e monges vestiam um manto branco com uma cruz vermelha no peito, o mesmo símbolo usado pelos que tomaram o Brasil dos brasilíndios.

A princípio, conhecidos como “Pobres Soldados de Cristo” e “Cavaleiros do Templo”, então, “Templários”, provindos, geralmente, dos normandos e franceses.

Na França, o principal Grão Mestre (chefe dos templários) foi Jacques De Molay, vencedor da guerra contra os muçulmanos.

Os templários eram uma ordem religiosa e militar aprovada pelo Papa (1128), era ordem hermética, dividida em grupos de 9 (eneadas), tornou-se tão popular, que quem não podia participar devido à idade, ou, por ser mulher, contribuía com ouro, pedras preciosas e terras; tomaram os bens dos hereges huguenotes e valdenses, dos judeus e árabes, adquirindo fortuna incalculável.

Vestiam ricas armaduras e esporas de ouro. Acumularam poder e riqueza a tal ponto, que o rei francês Filipe 4º os perseguiu e conseguiu sua supressão por meio de seu títere, Papa Clemente 5º, acusando-os de feitiçaria (22/3/1312).

Clemente 5º só chegou ao papado pela manobra de Filipe 4º no conclave, que transferiu a sede do papado para Avinhão, na França (conhecido como Cativeiro de Babilônia, supervisionado pelo rei). Jacques De Molay foi preso, torturado e queimado vivo.

Os templários fugiram para Portugal, mas mantiveram-se organizados e fundaram várias lojas (locais de reuniões). O rei D. Dinis os protegeu, sob o nome de “Ordem dos Cavaleiros da Cruz de Cristo”.

Com a aquiescência do Papa João 22º, tomaram posse dos castelos, vilas e terras no Reino de Portugal, desde que aumentassem o patrimônio.

Com os conhecimentos navais, da pólvora e mapas, aliado ao espírito aventureiro e sedento de novas terras dos Cavaleiros da Cruz de Cristo, Portugal tornou-se rica.

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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