Leondenis Vendramim

Ética no Trabalho 4

19/05/2017

Ética no Trabalho 4

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

ARTIGO | No artigo anterior constatamos que um Quociente Intelectual é importante, porém o Quociente Emocional é o grande diferencial capacitante de um líder tão desejado atualmente pelas empresas. A I.E. proporciona a habilidade da empatia, entre outras. Às vezes, quanto mais Q.I. e menos Q.E. tem um indivíduo pior será. Um assassino com Q.I acima de 140 oferece maior perigo do que o bandido menos inteligente. Temos motivos para crermos que uma jovem deseje um esposo um pouco menos inteligente, e egocêntrico, contudo, atencioso, que conheça seus sentimentos ainda que não verbalizados. Ideal é alguém com Q.I e Q.E. num bom nível – mas será joia rara. Todos podem e devem desenvolver tais habilidades. Não sei se por acaso, mas os dois casamentos de Albert Einstein, e os três de Stephen Hawking, e os de muitos outros gênios das ciências exatas, foram desastrosos, embora Hawking tentasse várias vezes. Coincidências, ou não tiveram inteligência emocional para se envolverem em laços afetivos?

Como curiosidade consideremos o significado do vocábulo “empatia” e de outros: apatia, antipatia, simpatia, patologia. Empatia tem origem na palavra grega paqs (lê-se patós) que quer dizer sofrendo, em aflição; empatia é sentir o que o próximo está sofrendo. Apatia é insensibilidade para com o sofrer do outro. Antipatia é sentir aversão pelo outro, enquanto simpatia é sentir com o próximo sua alegria, ou tristeza. Uma pessoa empática além da capacidade de perceber colegas e familiares com problema, também oferece ajuda para solucionar a questão, um “ombro amigo”, uma palavra de conforto e encorajamento.

As empresas são constituídas de pessoas educadas, a priori, pelas famílias, e em grande parte, a prática na empresa depende da ética na família. De acordo com Sócrates, Salomão, Ellen White e muitos outros educadores, o caráter é forjado nos primeiros 6 anos de idade, portanto, a harmonia, o bom atendimento e a prosperidade empresarial, são dependentes da boa educação no lar. A empatia é muito importante para promover tranquilidade, harmonia e felicidade familiar. Ela dá aptidão para lidar com as ideias opostas, sensibilidade para “enxergar” e resolver problemas, para compreender as diferenças de pontos de vista entre os sexos. A Psicologia mostra que o homem, em geral, é mais racional, concentra-se em uma coisa de cada vez, é mais generalizador, enxerga o todo enquanto ela é mais detalhista – ele não vê os sapatos ou vestido novo, se ela cortou os cabelos, o que ela pensa ser indiferença do seu parceiro. Os homens são psicologicamente distintos das mulheres e isto causa dissabores a serem resolvidos A ele falta o emocional. A empatia pode dirimir e sublevar questões resultantes dessas diferenças. O casamento visa complementação de ambos. A mulher sendo mais emocional, não raciocina como o homem, age muitas vezes por intuição. O diálogo costumeiro pode sanar problemas e construir um caminho conciliador.

Um casal vai ao shopping para comprar sapatos para alguém da família. Ela fica eufórica: “vou passar o resto do dia vendo um mundo colorido, diversificado, vitrines, vestidos, blusas, sapatos, lenços, bolsas, perfumes, desfile de moda pelos corredores, talvez ganhe um presente do meu marido!” “Nossa como o tempo passou rápido”! Ele raciocina: “vamos a duas lojas de sapatos ver preços, passar pela praça de alimentação, em duas horas estaremos de volta e acaba o meu sofrimento”. No shopping ele senta e espera que ela vá à compra. E se ela demora: “Por que demorou tanto? Se veio comprar sapato por que ver outras vitrines”?

Somos o que somos. Pode alguém usar de aparentes gentilezas e até de algumas atitudes nobres, mas a empatia tem de brotar de algo mais profundo, de um caráter cuja pedra basilar é Cristo, ou a máscara cairá. Se os atos de empatia não provierem como reflexo do caráter, o indivíduo será traído, ora ou outra, por sua verdadeira índole. Ainda que se ocultem por longo tempo, os defeitos de caráter fluirão com seus verdadeiros matizes antissociais. Um caráter ilibado é formado pela educação cujo Mestre diz: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11:29).

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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